Renato Pedro Demétrio foi condenado a 24 anos de prisão pelo feminicídio de sua ex-companheira, em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Laguna realizada nesta terça-feira, 9. Segundo denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a vítima foi morta a pauladas na frente dos filhos de 2, 3 e 12 anos.
A denúncia relatou que, em outubro de 2018, inconformado com o término do relacionamento conturbado que mantinha com Camila Silva Alves há cerca de um ano, ele foi à residência de sua ex-companheira e, na frente de seus filhos, lhe atingiu com golpes de um pedaço de madeira em várias partes do corpo, inclusive na região da cabeça, causando sua morte.
Conforme sustentou no julgamento o promotor de Justiça André Ghiggi Caetano da Silva, o Conselho de Sentença considerou o réu culpado de homicídio triplamente qualificado pelo motivo fútil, pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo feminicídio. Teve, ainda, como causa de aumento de pena, a prática do crime na presença dos filhos da vítima – que possuíam, na época dos fatos, 2, 3 e 12 anos – e o reconhecimento do meio cruel.
A pena aplicada pelo Juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Laguna foi de 24 anos de reclusão, em regime inicial fechado. Preso preventivamente desde a fase de investigação do crime, o réu não terá o direito de recorrer em liberdade. A decisão é passível de recurso. (Ação n. 0002534-21.2018.8.24.0040).
Relembre o caso
A ocorrência foi registrada em 16 de outubro de 2018. À época, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar de Laguna foram acionados para atender o crime de violência doméstica, posteriormente tratada como tentativa de homicídio, em Barbacena, Laguna. No local encontraram Camila, caída no chão, inconsciente, apresentando ferimentos na cabeça e nos braços.
Ela apresentava sinais de ter sofrido traumatismo crânio-encefálico e foi encaminhada, primeiramente, ao Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, em Laguna, e posteriormente para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão. A morte dela foi constada ainda seis dias depois, mas a confirmação oficial foi feita após testes de monitoramento da atividade do cérebro.
O agressor foi localizado pelos policiais durante rondas ainda no mesmo dia do caso. Ele havia se escondido em um rancho na casa dos pais dele. Na ocasião de sua detenção, a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e ao Idoso (Dpcami) da Polícia Civil de Laguna havia informado que ele tinha passagens anteriores pela polícia.
Fonte: Notisul
Por: Deivis W. Fernandes / RCNoticia