Santa Catarina teve aumento de 15% nos assassinatos durante os três primeiros meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Monitor da Violência, projeto criado pelo g1, foram 24 mortes a mais neste ano.
No país, Santa Catarina foi o 5º estado com a maior alta percentual.Entre janeiro e março de 2023, foram 177 mortes violentas, contra 153 nos primeiros três meses de 2022. O aumento vai na contramão do Brasil, que registrou queda de 0,7% do índice no 1º trimestre.
No dado, estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios (roubo como consequência a morte) e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Mortes violentas em Santa Catarina
FATO COMUNICADO | janeiro de 2022 | fevereiro de 2022 | março de 2022 | janeiro de 2023 | fevereiro de 2023 | março de 2023 |
HOMICÍDIO | 61 | 42 | 43 | 74 | 40 | 52 |
LATROCÍNIO | 1 | 4 | 0 | 1 | 1 | 0 |
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE | 1 | 0 | 1 | 3 | 2 | 4 |
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina (SSP), responsável pelos dados, justificou que o aumento do número de mortes violentas “tem relação com confronto entre facções do crime organizado, principalmente no Norte do Estado, no começo deste ano“.
Segundo a pasta, a disputa territorial entre grupos criminosos rivais, que usam da violência para ditar regras, tem como consequência os homicídios.
Como resposta, o Estado afirmou que “têm intensificado ações de prevenção e repressão aos grupos criminosos, assim como o monitoramento em trabalhos de inteligência”.
“Em que pese esse aumento pontual, a SSP-SC ressalta que os demais indicadores de criminalidade em Santa Catarina que sempre preocuparam a sociedade se mantêm em queda”, disse o governo.
Presidente da Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Catarina, Guilherme Stinghen Gottardi, explica que o confronto entre facções desafia o Brasil todo e é um movimento nacional do crime organizado.
No entanto, pontua que as policias de Santa Catarina tentam reverter os números em duas vertentes: “Todo o processo de inteligência está ativo 24 horas por dia, conduzindo todas as informações que serão utilizadas no policiamento ostensivo”, afirma.
” O advogado também destaca que apesar da alta do índice em Santa Catarina ser na contramão do índice nacional, “a tendência de queda de violência no país, iniciada em 2018, pode estar chegando ao fim, pois estados que lideravam os indicadores nos últimos anos, como São Paulo e Minas Gerais, também estão se deparando com aumento dos números de crimes violentos”.
Fonte: G1 SC