A pressão por mais linhas ferroviárias em Santa Catarina

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Unir forças para trazer a ferrovia ao sul catarinense foi o tema de encontro nesta segunda-feira, 14, na sede da Acic em Criciúma. Participaram da reunião a bancada do sul na Alesc, lideranças empresariais e a direção da Ferrovia Tereza Cristina (FTS), administradora da atual malha ferroviária da região.

O objetivo é levar a demanda a Brasília e lutar para que a malha ferroviária catarinense entre na pauta de logística do Governo Federal. Atualmente, estudam-se duas linhas de ferrovia no Estado: uma que ligue o Oeste ao Litoral e outra ligando o Norte ao Sul.

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No entanto, os planos do Governo Federal para a logística estadual incluem apenas melhorias nas rodovias. “Atualmente, está se fazendo ferrovias no Brasil. Não está se fazendo e nem pensando em fazer em Santa Catarina. Precisamos concluir esses projetos, concluir esses estudos, para sensibilizar o Governo Federal a incluir a rodovia”, avalia o diretor da FTC, Benony Schmitz.

Benony fez uma apresentação na Acic mostrando a decadente malha ferroviária de Santa Catarina. O Estado tem apenas 745 quilômetros de linha, bem abaixo de Paraná, com 2,2 mil quilômetros, e Rio Grande do Sul, com 3, 2 mil quilômetros.

“O Rio Grande do Sul e o Paraná já estão se mobilizando para que sejam implementados mais trechos de ferrovia. Santa Catarina ainda não. No fim, vai ganhar quem tiver mais influência. Por isso é importante esse encontro: gerar apelo político e econômico”, explicou Benony.

Com o Governo Federal sem verbas para maiores investimentos, a saída encontrada foi renovar os atuais contratos de concessão das ferrovias e exigir como contrapartida que as empresas construam novas linhas; é o que pode ocorrer com a concessão do trecho que liga o Paraná ao Porto de Rio Grande, por exemplo.

Mobilização política

O encontro na Acic contou com a presença dos oito deputados estaduais que formam a bancada sul na Alesc, além de representantes  dos três deputados da região na Câmara Federal.

“Este é um assunto relevante, mas que estava adormecido. Na busca de unidade, nós percorremos as regiões de Santa Catarina e nenhuma elencou a ferrovia como uma prioridade. O Fórum Parlamentar (com deputados federais e senadores de Santa Catarina) reuniu-se com o presidente e a ferrovia também não esteve na pauta das prioridades. Nós regredimos nesse assunto, agora temos que levá-lo de volta a Brasília”, projetou Júlio Garcia (PSD), presidente da Alesc e representante da bancada sul.

Houve divergências sobre o assunto logística entre os deputados: foi levantada a dúvida sobre qual trecho ferroviário contribuiria mais com o desenvolvimento do sul catarinense; se é a ligação com o norte do Estado ou com Porto Alegre. Para Júlio Garcia, o contraponto faz parte da democracia, mas o importante é estabelecer a unidade para uma frente de luta.

Malha ferroviária

O projeto prévio apresentado pelo diretor da FTC estima a construção de uma linha interligada, do Oeste ao Litoral, com uma interseção ao Sul, ligada pelo planalto catarinense. Se concluído o estudo e colocado em prática a ferrovia, a expectativa é de gerar 130 mil empregos e uma renda de R$ 12 bilhões em todo o Estado até 2030.

“O modal ferroviário vai nos trazer mais flexibilidade, trazer menos custos à logística e tornando a nossa economia mais competitiva e valorizar o porto de Imbituba. Hoje ele recebe 3 milhões de toneladas de grãos do Mato Grosso, se continuar dessa forma outros estados podem absorver essa carga”, concluiu o presidente da Acic, Moacir Dagostin.

“O Estado precisa decidir de que forma quer investir em logística. Se for em ferrovia, temos que concluir logo esse estudo e levar até Brasília”, finalizou o diretor da FTC, Benony Schmtiz.

O projeto pode prever, além da ligação da Ferrovia Tereza Cristina com Imbituba e de Imbituba ao Norte e Oeste do Estado, um trajeto estendido até o Rio Grande do Sul, até a Região Metropolitana de Porto Alegre.

Fonte: 4Oito

Por: Deivis W. Fernandes / RCNoticia