Operação Alcatraz: MPF denuncia presidente da ALESC, Julio Garcia (PSD), e mais cinco pessoas por lavagem de dinheiro, licitações fraudadas e superfaturamento.
Valores supostamente desviados pelo grupo chegam a 2 milhões e 300 mil reais, segundo o MPF/SC.
O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina denunciou à Justiça Federal seis pessoas por lavagem de dinheiro na Operação Alcatraz.
Uma delas é o atual presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Julio Garcia (PSD), ex-conselheiro do Tribunal de Contas do estado. O documento, que corre em segredo de Justiça, foi protocolado depois das 2h de segunda-feira (14) na Justiça.
Além do presidente da Alesc, entre os denunciados estão familiares dele e um empresário que atuaria como operador financeiro, segundo divulgou o MPF.
Em nota, a defesa de Garcia afirmou que a denúncia do MPF é especulativa e baseada em suposições.
A defesa também disse que “a denúncia é pautada na afirmação da existência de outros crimes, entretanto, sem demonstração ou comprovação material de participação direta ou indireta de Julio Garcia”.
Por fim, a defesa afirmou que vai provar a inocência dele no processo.
O MPF denunciou as seis pessoas à Justiça por lavagem de dinheiro. “Por ocultarem a origem, disposição, movimentação e propriedade de recursos oriundos de propinas recebidas em licitações e contratações fraudadas e de bens adquiridos com esses valores”, informou o MPF.
O valor a ser reparado, pelo pedido do MPF na Justiça, é de R$ 2,3 milhões, segundo apurado pela investigação.
Entre os bens adquiridos que a denúncia aponta estão apartamentos, terreno e 103 vagas de garagem em prédio comercial em Florianópolis.
O MPF aponta ainda uma “conta corrente” entre Júlio Garcia e o operador financeiro, onde seria controlada a entrada de propina.
Ainda de acordo com a denúncia, Júlio Garcia usava sua influência para indicações e obter vantagens nos processos licitatórios.
O MPF diz ainda que os recursos de lavagem de dinheiro são de licitações e contratações fraudadas, algumas super faturadas, realizadas até 2018.
A Operação Alcatraz foi deflagrada em maio de 2019 para investigar supostas fraudes em licitações, desvio de dinheiro e superfaturamento de contratos de prestação de serviço de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do governo do estado.
Na época que foi deflagrada a operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão, entre empresários e agentes públicos, sendo sete preventivas e quatro temporárias, e 42 mandados de busca e apreensão, em órgãos públicos, empresas e residências, na capital, São José, Antônio Carlos e Ituporanga, bem como na cidade paulista de Vinhedo.